Dra. Vivian Caldas

As viroses são infecções causadas por diferentes tipos de vírus e são comuns na infância.

Embora muitas vezes essas infecções sejam leves e autolimitadas, elas podem causar desconforto nas crianças e preocupação nos pais.

É importante que os responsáveis saibam reconhecer os sinais de uma virose e entendam como lidar com ela de maneira adequada, oferecendo o cuidado necessário para o bem-estar da criança e evitando complicações.

Neste texto, vamos abordar como identificar uma virose infantil e as principais estratégias para lidar com ela, além de dar dicas sobre quando buscar ajuda médica.

Como reconhecer uma virose infantil?

As viroses infantis costumam se manifestar de maneiras variadas, dependendo do vírus envolvido e da resposta do organismo da criança.

No entanto, existem alguns sintomas comuns que podem ser indicativos de que o seu filho está enfrentando uma virose.

Entre os sinais mais comuns estão:

1. Febre: A febre é um dos principais sinais de que o corpo está lutando contra uma infecção. Na maioria das viroses, a febre surge de forma súbita e pode variar de baixa (em torno de 37,5°C) a alta (acima de 39°C). A duração da febre também pode variar, mas em geral, ela persiste por dois a três dias.

2. Tosse e coriza: Muitas viroses, especialmente as que afetam o sistema respiratório, causam sintomas como tosse, espirros e coriza. Esses sinais costumam ser mais evidentes em infecções como o resfriado comum ou a gripe, mas também podem aparecer em outras viroses, como as gastrointestinais.

3. Dores no corpo e cansaço: As crianças costumam se queixar de dores pelo corpo, especialmente nas pernas e nas articulações. Além disso, é comum que apresentem uma sensação de cansaço e apatia, ficando mais quietas e com menos energia do que o habitual.

4. Dor de garganta: Muitas viroses causam inflamação na garganta, resultando em dor ao engolir, vermelhidão e até presença de placas esbranquiçadas na região. Isso é comum em quadros como faringites virais.

5. Vômito e diarréia: Em alguns casos, as viroses afetam o trato gastrointestinal, levando a sintomas como vômito, diarréia e dor abdominal. Nesses casos, a preocupação principal é evitar a desidratação, que pode ocorrer rapidamente, especialmente em bebês e crianças pequenas.

6. Erupções cutâneas: Algumas viroses podem causar erupções na pele, como manchas vermelhas ou pequenas bolhas. Exemplo disso são as infecções causadas pelo vírus da catapora ou pela mão-pé-boca, que costumam ser acompanhadas de lesões na pele.

Como lidar com uma virose infantil?

A primeira medida ao perceber que seu filho está com sintomas de uma virose é manter a calma e observar a evolução do quadro.

Na maioria dos casos, as viroses se resolvem sozinhas em alguns dias, e o tratamento é sintomático, ou seja, busca aliviar os desconfortos enquanto o organismo combate o vírus.

Aqui estão algumas orientações importantes para lidar com a situação:

1. Hidratação é fundamental: Durante uma virose, especialmente se há febre, vômitos ou diarreia, é essencial garantir que a criança esteja bem hidratada. Ofereça água com frequência, sucos naturais, água de coco e até soro caseiro (em caso de diarréia). Evite refrigerantes e bebidas açucaradas, que podem piorar a diarreia.

2. Alívio dos sintomas: Para controlar a febre, pode-se utilizar medicamentos antitérmicos como o paracetamol ou ibuprofeno, sempre sob orientação médica. Banhos mornos também podem ajudar a reduzir a temperatura corporal. Para desconforto respiratório, mantenha o ambiente úmido, use soro fisiológico nas narinas para descongestionar e, se necessário, ofereça medicamentos para tosse prescritos pelo pediatra.

3. Repouso é importante: Durante uma virose, o corpo da criança precisa de energia para combater a infecção. Por isso, é importante que ela descanse. Evite atividades físicas intensas e incentive a criança a descansar o máximo possível.

4. Alimentação leve e nutritiva: Embora o apetite possa diminuir durante uma virose, é importante que a criança se alimente para manter suas energias. Ofereça refeições leves, como sopas, caldos, frutas e legumes cozidos. Evite alimentos gordurosos ou muito temperados, que podem irritar o estômago.

5. Isolamento social: Muitas viroses são altamente contagiosas, especialmente nos primeiros dias de sintomas. Se possível, mantenha a criança em casa até que ela esteja completamente recuperada, evitando o contato com outras crianças, especialmente em ambientes como creches e escolas.

Quando buscar ajuda médica?

Embora a maioria das viroses tenha um curso benigno, em alguns casos é necessário buscar orientação médica.

Alguns sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar um médico incluem:

1. Febre persistente: Se a febre durar mais de três dias ou se for muito alta e não responder a medicamentos, é importante consultar um pediatra para investigar possíveis complicações.

2. Desidratação: Sinais de desidratação, como boca seca, choro sem lágrimas, diminuição na quantidade de urina, olhos fundos ou moleira afundada (em bebês), indicam a necessidade de atenção médica urgente.

3. Dificuldade para respirar: Se a criança estiver com dificuldade para respirar, apresentando chiado no peito ou respiração muito acelerada, leve-a imediatamente ao hospital.

4. Letargia extrema ou irritabilidade: Se a criança estiver muito sonolenta, difícil de acordar ou extremamente irritada, isso pode ser um sinal de complicação da infecção viral.

5. Convulsões: Algumas crianças podem ter convulsões febris, que ocorrem devido à elevação rápida da temperatura corporal. Embora assustadoras, essas convulsões costumam ser benignas, mas é fundamental buscar atendimento médico.

6. Erupções cutâneas generalizadas: Se a criança apresentar erupções cutâneas associadas a outros sintomas graves, como febre alta e prostração, pode ser um sinal de doenças mais sérias, como a dengue ou meningite.

Dra Vivian Caldas é pediatra e neonatologista e atende em seu consultório na Barra da Tijuca.

Prevenção: a melhor forma de evitar as viroses

A prevenção é sempre o melhor caminho quando se trata de viroses infantis. Algumas medidas simples podem reduzir o risco de contágio, como:

– Incentivar a lavagem frequente das mãos com água e sabão;

– Manter a vacinação da criança em dia;

– Evitar o contato com pessoas doentes;

– Promover ambientes ventilados e arejados.

Por fim, é fundamental que os pais estejam atentos aos sinais apresentados pelos filhos e saibam agir de forma tranquila e informada.

Assim, será possível oferecer o suporte necessário para que a criança se recupere bem, sem complicações.

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